«Não me lembro de ficar triste com o diagnóstico. Não me lembro de ouvir o diagnóstico. Viemos a este mundo com sensores vanguardistas incorporados, filtramos possíveis eventos traumáticos. Lembro- -me dos sorrisos em lágrimas. Lembro-me dos abraços cheios de amor. Nesse sentido, não me identifico enquanto paciente. Foi-me transmitido tudo de forma natural, anulando os efeitos de overdose melancólica.» – Diogo Lopes
Diogo Lopes tem dezasseis anos mas fala com a segurança de quem é mais velho. Aos dez anos descobriu que sofria de Charcot-Marie-Tooth, uma doença neurodegenerativa, também conhecida como atrofia fibular muscular, que leva à perda de força e sensibilidade dos membros superiores e inferiores. Uma doença rara e incurável. A sua condição delicada provoca atrofia muscular, deformação óssea e perda de sensibilidade. Se no presente o seu equilíbrio já está afetado, no seu futuro está em causa a sua autonomia.
Publicou um livro de poesia, e com as receitas das vendas criou a Associação Portuguesa de Charcot-Marie-Tooth, cujos objetivos passam por alertar a consciência pública para esta doença rara e apoiar os portadores desta síndrome. Estuda composição na Escola de Música do Conservatório Nacional e toca na Orquestra Big Band Júnior do Hot Clube. O piano é, desde sempre, a sua grande paixão.
Quem já o viu na televisão portuguesa sabe que o Diogo tudo fará para continuar a tocar piano, estudar música e sorrir. Baluartes: Episódios de uma Vida com Banda Sonora (Vogais l 216 pp I 15,49€), à venda a partir de dia 11 de março, é o seu testemunho, sentido, poético e emocionante, sobre a possibilidade de se ser feliz apesar dos obstáculos que a vida, por vezes, nos impõe. Um livro prefaciado por Sérgio Godinho, pelo pianista e compositor João Paulo Esteves da Silva, e pelo compositor Eurico Carrapatoso.
Elogios:
«A maturidade do Diogo é inexplicável e quase inquietante. O que sabe ele da vida para saber tanto sobre ela?» - Sérgio Godinho
«O prazer da leitura; pois, é que se trata de um livro mesmo bom, do ponto de vista literário; quero dizer, o estilo, o manejamento dos truques da arte são já o de um jovem mestre. Daqui, a surpresa. O Diogo é um escritor muito jovem, um puto, diga-se, mas tanto a modulação dos ritmos narrativos como o dosear das intensidades de humor (negro, às vezes) e poesia são já de uma grande maturidade. Morrem regularmente escritores célebres, em idade avançada, sem terem atingido este nível.»
- João Paulo Esteves da Silva, pianista e compositor
«A grande lição que todos temos colhido com o seu exemplo é que tudo, mesmo tudo, pode e deve ser relativizado. O Diogo opera essa maravilha inspiradora de converter a energia negativa das adversidades em esplendor positivo: em graça, em espírito, em firmeza, em humor (aqui fleumático, ali corrosivo, além oscarwildiano); enfim, em subtileza, ferrando-nos com o aguilhão do seu fino sentido estético-pícaro, numa abordagem onde quase sempre espreita o irresistível travo da desconstrução.» - Eurico Carrapatoso, compositor
O Diogo, como Sérgio Godinho o descreve no prefácio, é um miúdo com uma maturidade inexplicável e uma força que nos contagia a todos. Numa sociedade em que desistir é mais fácil do que lutar, exemplos como o do Diogo merecem ser conhecidos. Com um talento nato para a escrita, Diogo escreveu um livro para jovens e adultos absorverem cada uma das palavras. O Diogo é já um grande escritor. E, acima de tudo, um vencedor. Porque o que quer que o futuro lhe reserva, o sorriso com que abraça o presente é uma oferenda para todos nós.
Novidade:
Sem comentários:
Enviar um comentário
Aqui podem deixar todos os comentários e prometo que responderei o mais rápido possível.
Comentários que não são construtivos não serão aceites.