02/12/2014

Opinião | "O Meu Nome É ... " de Alastair Campbell

Título: O Meu Nome É...
Autor: Alastair Campbell
Pág.: 304
Número: 1010060
ISBN: 9789725305461
Ano: 2014


Sinopse: Ela gosta de beber um copo. Todos os que a rodeiam sofrem com isso. 
Hannah tem 17 anos e bebe para se sentir melhor. Por um momento. Depois, a dor de alma regressa, mais intensa. Esta é a história da adição de Hannah contada pelos que a rodeiam: os pais, a irmã, os tios, os amigos. As suas vozes trazem-nos um relato por vezes chocante, por vezes terno, de uma vida à beira da destruição. 
O desenrolar da história através dos relatos de cada uma das pessoas que rodeiam Hannah durante a sua espiral de autodestruição dá ao leitor uma panorâmica completa do que é a vida junto de um alcoólico vulnerável e em negação.

Opinião:

Quando li a sinopse deste livro fiquei bastante interessada no livro pelo simples facto de retratar de um problema que, na minha opinião, não é dado muito em conta nos adolescentes. Existe muitos livros sobre adolescentes e as drogas, como as drogas afectam a vida dos adolescentes e como eles vivem, mas esquecem-se que não é só a droga que é um problema, existe outro que até é bastante mais fácil de conseguir que é tão importante como as drogas, falo do álcool.

Em qualquer esquina que passamos encontramos estabelecimentos que vendem álcool e mesmo os menores de idade conseguem facilmente uma bebida ou duas. Nem é preciso identidades falsas, muitos dos pequenos estabelecimentos apenas querem é lucrar e facilmente deixam menores beberem. Facilmente conseguem uma bebida e por ser fácil não é visto como um grande problema. Se um adolescente chega a casa bêbado é pensado "já tivemos na idade dele, é normal", pois claro, mas depois vem mais um dia, no dia seguinte escondem-se e aí é que aparece os problemas.

Vivemos numa sociedade em que só se dá pelos problemas quando eles são bastante graves e esquecemos-nos que antes de se tornarem grandes problemas, já foram pequenos problemas e não damos conta que por vezes os pequenos problemas podem tornarem-se graves no futuro.

Outra questão relativamente ao alcóol é que não vêm um adolescente como um futuro alcoólico, a ideia das pessoas de um alcoólico é aqueles homens que em vez de irem para casa metem-se num bar a beber e quando chegam a casa batem na mulher, esses sim são dados em conta e ditos como alcoólicos, mas infelizmente os adolescentes estão cada vez mais a fazer excessos, é assim a mente deles, querem o máximo que podem, para verem qual é o limite deles e a maioria não sabe qual o seu limite, fazendo com que um excesso diariamente leve a uma dependência mesmo sendo jovens.

A última questão que penso que está aqui em causa, é que a sociedade de hoje em dia pensa que apenas quem tem graves problemas é que faz excessos, mas não, cada pessoa é como é e a infelicidade por vezes encontra-se na pessoa que por fora era considerada a mais feliz.

Agora devem estar a pensar, mas porque fiz este testamento se ainda nem falei nada sobre o livro?
Apenas para compreenderem o porquê de ter gostado tanto do livro e de achar uma grande novidade a nível de livros sobre problemas de adolescentes.

O alcóol está em todo o lado, é de fácil acesso, por vezes mais barato que outras drogas e também um método que os adolescentes pensam que é normal, pois "se todos bebem alcóol, o pai vinho ao jantar, a mãe um cocktail com as amigas, porque eu não posso também beber?", ou seja é uma forma de os adolescentes pensarem que não estão a fazer mal, mas estão e pode-se tornar bastante grave.

O livro "O Meu Nome É ..." traz-nos a história de Hannah uma rapariga bonita e inteligente, não é rica, mas nunca passou fome, apenas ao longo do seu crescimento teve pequenos problemas familiares. Os pais separaram-se, devido ao pouco tempo disponível dos pais teve que deixar o desporto que praticava e que era boa e poucos outros problemas. Tem uma irmã mais nova e uma mãe com que não se dá bem e um pai que pouco o vê.
Sim, com esta discrição é apenas uma família igual a muitas outras que existem por aí, mas a partir de um certo ponto Hannah descobre o alcóol e fica dependente dele. A Hannah não fuma nem toca em drogas, apenas é dependente do álcool e isso fez com que a sua vida desse uma grande reviravolta e grandes problemas surgiram a partir daí.

O livro é contado no ponto de visto dos seus familiares, amigos e pessoas que a ajudaram, e achei esta forma bastante criativa, pois a maioria dos livros é contado pelo ponto de vista da própria e não sabemos o porquê de as pessoas à sua volta não a compreenderem e este livro traz-nos o outro lado e gostei imenso disso, mas por outro lado gostaria de saber um pouco do que a Hannah pensava quando fez algumas acções, pois o único capítulo da Hannah é o último e é apenas uma carta para a mãe.

O título do livro é bastante interessante, cada capítulo é contado por uma pessoa diferente e começa com "O meu nome é" seguido do nome da personagem que vai contar o capítulo e uma pequena discrição de quem é essa pessoa à Hannah. 

Um livro que é uma autêntica lição de vida, um "abre olhos" para muitas pessoas que é tão bom por chocar, emocionar e convencer as pessoas, uma autêntica obra que deveria ser lida não só por todos os jovens, mas também por pais e educadores para perceberem que o alcóol não é apenas uma bebida, mas sim algo que pode vir a ser um problema se não for tomado em conta.

É uma viagem pelo mundo dos jovens e do álcool que faz com que pensemos o que afinal é importante.

Classificação: 5 Estrelas
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4 comentários:

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