Autor: Sophie Kinsella
ISBN: 978-972-0-04808-0
Edição ou reimpressão: 09-2016
Editor: Porto Editora
Idioma: Português
Dimensões: 152 x 235 x 19 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 272
Sinopse: Audrey é uma adolescente cheia de vida, igual a tantas outras. Com 14 anos, estuda, discute com os irmãos, sonha muito e confia cegamente nas amigas. Até ao dia em que essa confiança é destruída… Vê-se obrigada a deixar a escola. Sente-se incapaz de sair casa. E esconde-se irreversivelmente atrás de um par de óculos de sol.
Então, conhece Linus, um rapaz de sorriso simpático e comentários divertidos, que parece ser o raio de sol de que Audrey precisava.
E a jovem acaba por descobrir que, mesmo quando pensamos que estamos perdidos, o amor consegue sempre encontrar-nos…
Opinião:
Onde Estás, Audrey? foi o primeiro livro que li da autora e surpreendeu-me imenso. Estava à espera de algo mais infantil e sem muita história, mas pelo contrário, foi um livro que identifiquei-me imenso e a história é bastante original que fez com que gostasse imenso.
Neste livro conhecemos a Audrey que é uma jovem que passou por um trauma na escola e a partir desse dia não consegue sair de casa, basicamente ela não consegue ter contacto com pessoas, até com os pais e um dos irmãos ela tem dificuldade para ter contacto físico e até visual. Mas quando um amigo do irmão começa a ir diariamente a casa dela, Audrey vê-se a querer ultrapassar esta doença e ser capaz de comunicar como uma pessoa normal, ela sente-se atraída por Linus e vai fazer de tudo para conseguir voltar a ter uma vida mais normal.
Eu adorei esta história, primeiro porque a autora não foca naquilo que aconteceu, para falar a verdade nem sabemos ao certo o que aconteceu, sabemos que sofreu de bullying, mas mais nada, mas tal como a personagem diz isso não é o importante. O livro não é sobre uma história de bullying, mas sim o que isso pode afetar um adolescente e também a sua recuperação para ultrapassar toda a sua situação.
A Audrey é uma rapariga que eu compreendo perfeitamente o lado dela, ela sofreu por algo bastante traumático e sente que não vai conseguir ultrapassar devido ao que aconteceu. Sente que todas as pessoas só pensam no que aconteceu e que não conseguem esquecer. Claro que isso não é verdade, afinal a mundo não gira à volta dela e a verdade é ela que não consegue esquecer o passado, mas é normal uma jovem desta idade pensar assim, é estranho é verdade, mas infelizmente a doença que ela tem faz isso mesmo, faz com que a pessoa se isole e pense que estão todos contra ela, mesmo que não seja verdade.
Já o Linus, é um rapaz bastante simpático e com uma paciência que poucos daquela idade têm. A verdade é que ao longo do livro não sabemos muito dele, temos algumas informações sobre a sua família, mas pouco mais, basicamente o livro é sobre a Audrey e isso é um dos aspetos que menos gostei, mas devido ao tema principal compreende-se o porquê. Mas fora isso, notou-se o quanto o Linus é alguém de quem se pode confiar e ele apoia e ajuda a Audrey quando ela mais precisa, fazendo com que a relação deles seja bastante bonita e verdadeira. Ao longo do livro eles passam por várias fases, desde ele ser apenas o amigo do irmão dela, ele a tentar aproximar-se e ela a fugir dele, até a uma bela amizade que faz com que a Audrey dê os primeiros passos para conseguir ultrapassar a sua situação, até a um romance lindo e emocionante que adorei ler.
Além deste romance entre a Audrey e o Linus que sem dúvida foi bastante importante para que ela desse os primeiros passos para ficar melhor, o livro também retrata grandes problemas familiares do dia de hoje. Um dos assuntos é a quantidade de horas que um adolescente passa em frente ao computador a jogar, mas também retrata aquelas mães que tentam ser as melhores mães do mundo acreditando em tudo o que leem, em vez de tentarem ouvirem os filhos e seguirem os seus instintos. São problemas reais, que a autora conseguiu transmitir com grande humor e divertimento, tornando assim o livro bastante bem equilibrado entre o drama, os problemas familiares, o romance e as cenas mais cómicas de uma típica família.
A autora foi mestre em elaborar este livro de uma forma em que mostrou um assunto tão pesado de uma forma bastante cómica e engraçada, mas claro sem mostrar a verdade por detrás desta doença e todos os seus problemas. Adorei a forma como Kinsella desenvolveu este livro, também a forma como está escrito faz com que seja bastante dinâmico e interessante cativando ainda mais o leitor, as partes do vídeo da Audrey eram as minhas favoritas, no início foi um pouco estranho ler, mas rapidamente habituei-me e achei de génio esta forma, parecia que a personagem estava a falar diretamente para nós e só fez com que ficasse ainda mais cativada. Fora que a escrita de Kinsella é fabulosa e se não só a história em si fosse suficiente para envolver o leitor, a sua escrita traz todo o ambiente perfeito para ficarmos completamente rendidos a esta história.
Com temas fortes da atualidade, desde bullying, problemas de ansiedade e problemas familiares, Sophie Kinsella traz um livro recheado de humor e divertimento que, na minha opinião, deveria ser lido por jovens e adultos, para que ambos possam compreender um pouco melhor o mundo e abrirem os seus horizontes. Afinal nem tudo é o que parece e devemos conseguir abrir os olhos e ver o que está para além do que pensamos ser verdade.
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